Iniciamos a vídeo conferência a partir de alguns conceitos básicos e reflexões sobre o tema "educar as novas gerações".
Nessa pauta, é certo que urge uma revisão no modo de educar os jovens, visto que detectamos violência no ambiente escolar, com notícias de bullying e presença de armas nas salas de aula; professores são agredidos; existe um baixo nível de aproveitamento do curriculum; evasão escolar notadamente no ensino médio; drogas ... enfim, a escola não é mais um lugar seguro para nossos filhos desenvolverem o seu potencial intelectual e humano.
Para melhorar esse quadro absurdo, precisamos discutir a pedagogia aplicada nas salas de aula.
Pedagogia como a maioria já sabe, mas vale relembrar, é um ramo da ciência que dedica-se à educação, desenvolvendo instrumentos didáticos para serem usados na transmissão de conhecimento e no processo civilizatório da humanidade.
A origem da Pedagogia remonta a antiga Grécia. Os gregos aceitavam a escravidão como uma de suas instituições e o pedagogo era um escravo que instruía a criança para que alcançasse o desenvolvimento intelectual e moral.
Quando o caminho educacional do jovem requeria alguma especialização que o escravo pedagogo não dispunha, esse personagem da sociedade grega ficava responsável pela condução do jovem aprendiz às aulas específicas que, à época, cingiam-se ao manejo de armas e lutas, cálculos, idiomas e história de seu povo.
No mundo moderno, a Pedagogia é um aperfeiçoamento do magistério que busca, através da educação, transmitir conhecimentos técnicos e científicos, cultura dos povos e valores morais, ao mesmo tempo em que produz novos conhecimentos, cultura e valores, porque, de mais a mais, o processo educacional é gerido, naturalmente, pela retroalimentação, um termo que trouxemos das ciências biológicas para definir a capacidade da educação de causar mudanças, sempre numa análise crítica do ensino, dando novas configurações ao processo educacional.
O Brasil tem deficiências graves no desenvolvimento de seu processo educacional. No passado e no presente, tem patrocinado o crescimento do ensino superior, preocupando-se em formar doutores e deixando à margem o ensino fundamental e médio, notadamente nas redes públicas. Em outras palavras, preocupando-se em formar doutores deixando de lado a oportunidade de formar cidadãos.
O resultado desse caminho equivocado põe à mostra, gerações de analfabetos funcionais , incapacitados ao sucesso na vida profissional, incapacitados de exercer a cidadania e, sem dúvida, com valores culturais e morais fracos e distorcidos.
A intervenção pedagógica se faz muito mais que necessária. É imprescindível no momento histórico da nossa nação que, no mais recente exame do PISA (Programa de Avaliação Internacional de Estudantes) ocupou o 54º. lugar.
E o declínio da educação é mais perceptível ainda no mercado de trabalho, quando se constata milhares de jovens em subempregos, porque não conseguem ultrapassar a barreira de processos seletivos de empresas e quando o fazem, não vencem o período de experiência.
Está na hora também, de pensarmos na geração Z. Aqueles que nasceram a partir dos anos 90, estimados em 1 bilhão e meio de pessoas que herdarão o mundo, hoje mais virtual que real.
Essa geração ainda entrará no mercado de trabalho e são tendentes a transformar o mundo, modificar hábitos, costumes e ações. Se para melhor, dependerá de como serão educados.
Encontramos na pedagogia logosófica, propostas interessantes.
Logosofia para os não iniciados, é uma ciência, nova na verdade , que concebe o homem mais do que um ser sócio-político. Concebe-o como um ser espiritual, reconhecendo-lhe a organização psíquica, mental, moral e sua conexão com Deus.
Objetiva que o homem, através do conhecimento de si mesmo (vida psíquica, mental e moral) e do desenvolvimento das funções de estudar, apreender e pensar, supere-se e conquiste todas suas possibilidades humanas, resgatando sua essência espiritual: A SENSIBILIDADE.
No site
www.logosofia.org.br, pode-se ter acesso à várias informações sobre essa ciência, obter referências bibliográficas e endereços eletrônicos de sites relacionados ao tema. Recomendamos.
Mas indo ao ponto, Pedagogia Logosófica, esclarecemos que, trata-se de metodologia de ensino que desenvolve no jovem, o processo de sua própria educação. O educando será agente ativo de seu processo evolutivo, porque a pedagogia logosófica fomenta atividades que inspiram pensamentos construtivos, vontade de ser melhor, não somente nas ciências, no vestibular, nos testes e provas, mas de ser um ser humano melhor. Nessa pauta, cultiva a inteligência, deixa a mente apta para apreender conhecimentos científicos, mas não descura da sensibilidade, em mostrar ao educando valores morais como a gratidão, a compaixão, o afeto, a amizade, a generosidade, o respeito, ampliando o mundo interior do jovem, na medida em que desperta-o para sua realidade psicológica e espiritual. Afinal, não basta ser inteligente e criativo ou ter boa memória. É preciso ser equilibrado e o cultivo de sentimentos propicia a melhor convivência com as diferenças (sociais, raciais, religiosas), elevando os relacionamentos e as vivências além da superficialidade que caracteriza as atuais relações humanas, dominadas pelo consumismo, pelo poder, poder da riqueza, prazer e fama.
A metodologia para alcançar esse fim, é simples: pelo exemplo, chamando pois, professores e pais, ao autoconhecimento também, porque o ato de educar começa primeiro por educar a si mesmo.
Assim, atos de repreensão à má conduta são dispensáveis. Repreensão ao tímido, causa tristeza e insegurança. Repreensão ao rebelde, causa agressividade.
Ao invés de reprimir, o educador na pedagogia logosófica, ajuda o educando a compreender o erro e a corrigir a ação equivocada. Para compreender e fazer compreender o erro, cabe ao educador escutar o educando, dialogar com ele para, dessa forma, criar um laço de confiança que possa permitir ao educando obedecer. É o que a pedagogia logosófica denomina de correção afetuosa e amiga.
E se tiver que usar da energia, porque sempre haverão ocasiões em que a tolerância e o consentimento devem ser dosados, bastará ser firme, na ação e na voz. Atitudes assertivas conduzem à reflexão sobre o erro e isso se mostra muito mais eficaz do que palmadas e gritos.
Valorizar ações acertadas e estimular a prática do bem é outra ação pedagógica que a logosofia recomenda. O serviço à humanidade deve ser cultivado desde a infância se queremos aplacar o individualismo e a intolerância reinantes no mundo.
A escola pode ser, então, um campo experimental ao prazer de fazer o bem, que se traduz nos sentimentos de simpatia, aceitação, amizade, sinceridade.
Em casa, junto a família, é possível também aplicar os princípios da pedagogia logosófica, como por exemplo, levando o jovem a observar o belo, a natureza, os animais, a boa música, um espaço cultural. Deve-se deixar de lado jogos e programas de TV violentos para desenvolver, através de uma horta, por exemplo, de um jardim de flores, da criação de um animal de estimação, o gosto pelo trabalho, o respeito e a boa disposição em cuidar do outro.
Deve-se selecionar imagens, palavras e atos para que o jovem habitue-se ao bem e a exercitar o pensar e o refletir. Fomentar atividades úteis para o nascimento de pensamentos construtivos.
Esse é o segredo da Pedagogia Logosófica: ver a pessoa além do corpo, da sua herança genética e do ambiente em que vive e ainda não dissociá-lo de seu elemento espiritual e de sua conexão com Deus.
A pedagogia logosófica destrói o senso popular de que "pau que nasce torto até a cinza é torta", porque diante da intolerância, desenvolve a convivência harmônica; ensina o jovem a viver dentro de si mesmo e a buscar forças e soluções no seu íntimo; estimulando a prática da flexibilidade para suavizar as asperezas do caráter; contendo a impulsividade para substituí-la pela reflexão.
Recomendamos, a final, a leitura do livro "Deficiências e Propensões do ser humano", de Carlos Bernado González Pecotche, para pais e mestres que se interessam, na linha da Pedagogia Logosófica, em dar um up grade no seu processo de formação espiritual. Ninguém pode afirmar que cursos de capacitação continuada, pós-graduação não auxiliem na formação do professor e dos pais, mas aprender como se configura internamente o ser humano, é conhecimento que pode estender a capacidade de ensinar.
Fiquem atentos ao próximo "Clube de Discussão" por vídeo conferência. Reiniciamos nossas atividades em 2013 com a exposição do presente tema. Não perca essa oportunidade de se atualizar no conforto de sua casa ou de seu escritório!
ELAINE RODRIGUES é
consultora empresarial do
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